domingo, 13 de julho de 2014

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.../... Borboleta Bailarina .../... 



Radiante como sol 
Esvoaçante como nuvem 
Num clima de plumas envoltas em bruma 
Tua leveza dissolve a retidão da coluna 
Enquanto semeias almas com teu pólen 

Rosa branca desabrochando no palco 
Ante o encanto do amor que sobeja contido 
No peito que palpita e pára um pouco 
Na narina dilatada, na garganta entalada 
Na mão suada, no coração partido 

No teu passo que flutua 
No teu gesto que insinua 
Na platéia que é toda tua 

O queixo altivo, o ombro recuado 
As mãos desfazendo-se em pétalas 
Os pés em malabarismos mágicos 
Linda, linda... teus passos são versos 

Que cordas diáfanas são estas que te sustentam?! 
Que brilho é este que irradias?! 
Que sortilégio é este que me arrebata?! 
Que beleza é esta que me contagia?! 

Embalada no vibrar da música 
Que no teu parceiro, o ar, ressoa 
Flutuas sobre os pés, quase voas 
Estrela do norte, brilhante, única 

Borboleta radiante 
Pétala de rosa solta 
A bailar na brisa revolta 
Na ribalta de um Sol infante 

Borboleta, espírito e leveza 
Das pontas dos pés às asas 
Voadora alma que encima as casas 
No patamar da sua realeza 

Flutua nos varais do vento 
A saia esvoaçante torvelinha 
A coxa dura feito rocha 
O queixo empertigado de rainha 

Voa borboleta, voa linda 
Voa branca, negra, despida 
Paira solta sobre o tablado 
Salta sem temer descida 

Salta da íris dos meus olhos 
Embalada nas lágrimas do meu encanto 
Penetra lenta na minha alma 
Seca, com tuas asas, o meu pranto 

Linda bailarina, confesso meu pecado 
Não de chorar, a despeito de ser homem 
Confesso estar perdido onde os sonhos somem 
Confesso, linda borboleta, hoje, ter te amado. 

                                                         Djalma Silveira

terça-feira, 1 de julho de 2014