segunda-feira, 24 de maio de 2010

Minha Obra ... de Bárbara Paz

Pinceladas de barro cor da pele cobrem minhas cicatrizes como um carinho
Todas as manhãs antes de me iludir com a vida,
Lavo no escuro adocicado minhas pequenas pupilas
e escorrego o sabão nos cílios da pequena boneca
Cubro a alma com uma pitada de lápis nas sobrancelhas finas,
faço-as ficarem bem mais grossas com o perfil de misteriosa...
Minhas mãos já sabem de cor a forma de cada olheira ...
Profundas de tanta chuva que tomou
É como se cobrisse minha alma todas as manhãs,
É como se a mim / só eu conhecesse ...
Quando estou definitivamente uma pintura de Basquiat
Olho-me no espelho e o que vejo?
Um touro, uma donzela, um insecto, uma traça, um sonho!
Não sei bem se vejo ou deliro, mas crio coragem e abro a porta.
Quase sempre venta e lacrimeja
Coloco a bagagem nas costas
E de costas me olho mais uma vez no espelho
Sim, agora estou pronta!
Mensageiros do destino me perdoem,
tenho pressa, saiam da frente!
Que meu cansaço derrete meu barro e a escultura cai
Tenho pressa ...
minha vida é passageira e meu escudo de pele ???, Moldado por cicatrizes
.....................
.....................
Quando chego em casa
sento, tiro os sapatos, calço minha essência e choro.
Quando a obra facial se desfaz,
Coloco as mãos sobre o rosto e sorrio,
Acendo uma vela, abro a torneira
E lavo minha alma,
Agora nua.


(sem imagem e sem comentários)

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